Étienne Gilson se propõe aqui resumir o aspecto menos estudado da mística cisterciense: aquilo a que se poderia chamar sua sistemática.
“Bernardo não foi de modo algum um metafísico, mas também deverá permanecer para nós um teólogo cujo poder de síntese e vigor especulativo o colocam entre os maiores. Sem dúvida, sua teologia mística é essencialmente a ciência de uma prática, mas espero mostrar que é exatamente uma ciência e que era difícil levar mais adiante o rigor da síntese. Contudo, para compreendê-lo, é preciso esperar com paciência pelo discernimento de seus princípios, depois do que tudo se esclarece. Uma vez conhecidos os princípios e a linguagem do autor, seus tratados, e mesmo seus sermões, se explicam com exatidão e técnica comparáveis às de Santo Anselmo ou São Tomás de Aquino. Ninguém cometerá o erro de esquecer a alma do místico; penso que a conheceremos melhor, ao contrário, se, no futuro, esquecermos menos o pensamento do teólogo.”
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