A Livraria

A atividade editorial do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro teve início em 1935, surgindo no ambiente do movimento litúrgico e do zelo pastoral de Dom Abade Tomás Keller e de outros monges, sobretudo de Dom Hildebrando Petrola Martins. Os primeiros livros e livretos foram publicados sem o nome de uma editora, apenas do Mosteiro.

O primeiro livro que trouxe realmente o nome de Edições Lumen Christi data do ano de 1938: foi Vida Litúrgica, tradução de importante obra de Dom Lambert Beauduin, figura exponencial do Movimento Litúrgico na Bélgica, com elogioso prefácio de Dom Martinho Michler.

O nome Lumen Christi (Luz de Cristo) tem uma óbvia conotação litúrgica, lembrando a famosa e tríplice aclamação do diácono na noite da Vigília Pascal, ao entrar na igreja escura portando o círio. Como comentou anos depois, justificando este título, Dom Hildebrando Martins que será o diretor da editora e da livraria desde o seu início, até 1998 – “se na noite de Natal foi uma tênue luz de estrela que indicou o local da manjedoura em que estava deitado Aquele que um dia afirmaria ser a Luz do mundo, foi na madrugada da Páscoa que Ele ressurgiu fulgurante de um túmulo como o Sol nascente que a todos ilumina. Sem nenhuma pretensão, nossas modestas publicações assumiram esse título, uma vez que a Palavra de Deus é luz que ilumina as mentes e aquece os corações”.

Um segundo segmento editorial da Lumen Christi foi o das obras de caráter monástico e beneditino, a começar pela Regra de São Bento e a vida do grande santo, de autoria de São Gregório Magno (Segundo Livros dos Diálogos).

Enfim, mencionemos algumas obras importantes no campo da teologia como o livro de Dom Cirilo Folch Gomes, Riquezas da Mensagem Cristã, comentando o Credo do Povo de Deus de Paulo VI, e A Fé Católica-Documentos do Magistério da Igreja, de Justo Collantes, SJ.

Em fevereiro de 1981 as Edições Lumen Christi passaram a tomar conta da revista Pergunte e Responderemos, publicada por Dom Estevão Bettencourt até sua morte em 2008.

Nos últimos anos, ao lado da atividade editorial mais reduzida, passou a dar realce ao mercado do livro religioso. O acervo tem sido sempre ampliado, não se querendo, porém, vender qualquer livro, mas apenas bons livros, sobretudo seguros na doutrina. Na Livraria vendem-se também CDs de canto gregoriano, cartões postais e cartões com mensagens, medalhas (especialmente a de São Bento), terços, ícones, imagens, produtos na área da gastronomia. Parte deste material é fruto do trabalho artesanal de outros mosteiros beneditinos brasileiros (chocolates e geleias, p.ex., vem de mosteiros femininos), havendo também alguns artigos importados.

A Livraria funcionou por muitos anos, modestamente, na própria igreja abacial, onde hoje é o Batistério. Em 1972 mudou para o 5º andar do prédio da rua Dom Gerardo, 40, junto à Administração do Mosteiro e a então Escola Teológica. Em 1994 o local foi modernizado, com a compra de novo mobiliário. Em 2010 passou para o térreo do prédio do Mosteiro à rua Dom Gerardo, 46, mas em 2012 voltou para ficar em cima do morro, junto ao adro fronteiro à igreja abacial, no prédio onde funcionou por anos a Obra Social. Na sua frente temos um belo gramado, onde se salientam uma pequena queda d´água e a bela estátua de bronze de São Bento, de autoria de Bruno Giorgi.